Grande Entrevista com Gil Moreira![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8ZtAowK7f3c5PvT36057zl0ci08uM4d-DbZD7-bH-pRePmg3z6F9WC2og9lq4k8Az0edPOZqCxsV72KUeIgwazJVjKQQK1Jgjtaj7iwQfsfR_ZRmhUasVwb3gjMotAGMhQOuCBLkahyQw/s200/Gil+Moreira.png)
Batuko é uma manifestação cultural Cabo Verdiana, com origem
das manifestações culturais Africanas. “Há alguns autores que defendem e
explicam que o batuku vem da África, mas acho que não veio nem da África e nem
da Europa. Batuku possui características próprias embora com influencias tanto
de Europa como de África.”
No contexto social batuku foi marginalizado pelos portugueses:
consideravam como manifestação ofensiva. Na época colonial criou – se e
aprovou – se lei que proibia a pratica do batuku. As pessoas que cantavam e
dançavam o batuku eram consideradas imorais e no campo religioso não tinham
direito de frequentar igreja nem praticar os actos sagrados como por exemplo
comungar, ser madrinha ou padrinho, etc.
Como avalia a Introdução de novos instrumento musicais?
”Pode
se notar a introdução de cavaquinho. Acho que enriquece mais o batuku, mas há
que ter muito cuidado porque está a perder-se do original. O surgimento do
batuku está muito ligado a cimboa. Cimboa é um instrumento que sempre esteve
presente por isso é considerada o marco de batuku em Cabo Verde, sendo um
instrumento restrito na ilha de Santiago. Segundo alguns autores chegaram a
Cabo Verde através dos escravos. Mas também o batuku sempre andou lado a lado
com a tabanca, e os temas abordados são assuntos do quotidiano assunto
sociais.
Entre
1920 e 1947 houve algumas gravações anónimas. A manifestação só estava
presente no interior de Santiago que veio a alargar para a cidade.”
Acha que o batuku
hoje em Cabo Verde é valorizado?
“
Depende de contexto de valorização pode ser subjectivo. O povo contínua com a
tradução mas o governo pouco faz para valorização do batuku. Em termos das
recompensas monetárias não é motivante. E por outro lado as batucadeiras são
usadas no campo politico. Há que ter mais atenção e respeito.
COMO ESTÁ
ESTRUTURADO O BATUKU?
Assim como outros estilos musicais também o batuku tem a sua
regra explicadas por diferentes formas rituais:
O cenário: o sitio terreiro onde se faz o batuku, um espaço que
pode ser um quintal, uma casa, ou um largo.
As pessoas formam um círculo, com as mulheres a frenteumas de
pé, outras assentadas. Os homens e a assistência ficam atrás.
Desenvolvimento:
A cimboa ou a viola começam a articular a melodia. A batucadeira principal de
pé , entoa o finason a solo. As outras mulheres começam o ritmo lento e
compassado, em ritmo pan pan ou galeom, com o bater de palmas e respondem em
coro. Uma outra batucadeira responda em solo mais alto juntamente com o coro.
Depois o ritmo da tchabeta aumenta e entra em pleno o que se denomina “rapica
tchabeta” ou rapicado.
Dança : a bailarina primeira prepara-se com pano, faz várias
simulações enrola –os a cintura, depois ao nível das ancas ajusta-o e começa os
primeiros passos. A tchabeta entra paulatinamente na fase de rapicado ou seja o
poli ritmo atinge o clímax. E então que a dançarina remexe freneticamente as
nadegas dando volta e o torno. Ela se inclina e se dobra, se eleva se torce, se
arqueia com agitação febril, com transporte frenéticos com furor vertiginoso
com movimentos tantos tão rápidos e lúbricos no meio da dança já quase a
terminar a sua prestação eleva a mão a cabeça.
A
necessita de preservação da nossa identidade despertou o meu interesse pelo
batuku. Para valorizar mais o batuku e preservar actividade cultural.
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