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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Entrevistas

Grande Entrevista com Gil Moreira


Como define o batuku?
 

Batuko é uma manifestação cul­tural Cabo Verdiana, com origem das manifestações culturais Afri­canas. “Há alguns autores que de­fendem e explicam que o batuku vem da África, mas acho que não veio nem da África e nem da Eu­ropa. Batuku possui características próprias embora com influencias tanto de Europa como de África.”
No contexto social batuku foi mar­ginalizado pelos portugueses: con­sideravam como manifestação ofen­siva. Na época colonial criou – se e aprovou – se lei que proibia a prat­ica do batuku. As pessoas que can­tavam e dançavam o batuku eram consideradas imorais e no campo religioso não tinham direito de fre­quentar igreja nem praticar os actos sagrados como por exemplo comun­gar, ser madrinha ou padrinho, etc.
Como avalia a Introdução de novos instrumento musicais?

”Pode se notar a introdução de cavaquinho. Acho que enriquece mais o batuku, mas há que ter muito cuidado porque está a perder-se do original. O surgimento do batuku está muito ligado a cimboa. Cimboa é um instrumento que sempre es­teve presente por isso é considerada o marco de batuku em Cabo Verde, sendo um instrumento restrito na ilha de Santiago. Segundo alguns au­tores chegaram a Cabo Verde através dos escravos. Mas também o batuku sempre andou lado a lado com a ta­banca, e os temas abordados são as­suntos do quotidiano assunto sociais.
Entre 1920 e 1947 houve algumas gravações anóni­mas. A manifestação só estava presente no inte­rior de Santiago que veio a alargar para a cidade.”
 


Acha que o batuku hoje em Cabo Verde é valorizado?

“ Depende de contexto de val­orização pode ser subjectivo. O povo contínua com a tradução mas o governo pouco faz para valorização do batuku. Em termos das recompensas mon­etárias não é motivante. E por outro lado as batucadeiras são usadas no campo politico. Há que ter mais atenção e respeito.

COMO ESTÁ ESTRUTURADO O BATUKU?
Assim como outros es­tilos musicais também o batu­ku tem a sua regra explicadas por diferentes formas rituais:
O cenário: o sitio terreiro onde se faz o batuku, um espaço que pode ser um quintal, uma casa, ou um largo.
As pessoas formam um círculo, com as mulheres a frenteumas de pé, outras assentadas. Os ho­mens e a assistência ficam atrás.
Desenvolvimento: A cimboa ou a viola começam a articular a melodia. A batucadeira principal de pé , entoa o finason a solo. As out­ras mulheres começam o ritmo lento e compassado, em ritmo pan pan ou galeom, com o bater de palmas e respondem em coro. Uma outra batucadeira responda em solo mais alto juntamente com o coro. De­pois o ritmo da tchabeta aumenta e entra em pleno o que se denomi­na “rapica tchabeta” ou rapicado.

  
Dança : a bailarina primeira prepara-se com pano, faz várias simulações enrola –os a cintura, depois ao nível das ancas ajusta-o e começa os primeiros passos. A tchabeta entra paulatinamente na fase de rapicado ou seja o poli rit­mo atinge o clímax. E então que a dançarina remexe freneticamente as nadegas dando volta e o torno. Ela se inclina e se dobra, se eleva se torce, se arqueia com agitação fe­bril, com transporte frenéticos com furor vertiginoso com movimentos tantos tão rápidos e lúbricos no meio da dança já quase a terminar a sua prestação eleva a mão a cabeça.
Como descobriu seu inter­esse pelo batuku?
A necessita de preservação da nossa identidade despertou o meu interesse pelo batuku. Para valorizar mais o batuku e preservar actividade cultural.



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